Enquanto a ciclovia instalada na avenida Eliseu de
Almeida é bastante movimentada, especialmente aos finais de semana ensolarados,
segura, além de representar saúde, qualidade de vida, disposição e lazer, sem
trânsitos, ou horas esperando nos pontos lotados, Taboão anda na contramão
dessa realidade não contando mais com a ciclovia. Foram três horas entrevistando
e fotografando, no último domingo (8) para perceber a satisfação e
contentamento de quem pratica essa mobilidade em São Paulo e insatisfação, de
quando chegam em Taboão, já que precisam se arriscar entre os carros, além de
carregarem dúvidas se de fato, houve ou não a desativação da ciclovia na
cidade, afinal ainda há resquícios dela, após um pouco mais de 2 anos de sua
retirada.
Janete Mendes, moradora do Parque Assunção foi
entrevistada andando de bicicleta com suas filhas pela praça José Severino
Marques Filho, próximo a Armando de Andrade. “Ficou legal a Eliseu, mas quando
vem para Taboão se sente insegura, é perigoso. Os carros vêm para cima”,
frisou. Segundo ela, quando tinha a ciclovia não atrapalhava nada, porque era
via de mão única e era uma opção para andar com as crianças aos finais de
semana. “Não tem outra opção por aqui. Não gostei da retirada”, comentou.
Jovens, adultos e pessoas de idade. Skatistas, corredores
e passeios com animais de estimação. A ciclovia é para todos os gostos e reúne,
casais, famílias inteiras e amigos que vão até o Parque Vila Lobos pela
ciclovia como conta o jovem de 17 anos, Allan da Costa, morador da região do
Parque Pinheiros. “Viemos e vamos voltar pela rua mesmo, às vezes pela
beiradinha da Régis Bittencourt, porque ele (o prefeito) largou a ciclovia. Ela
está toda falhada, carros estacionam e passam por cima. Mas, ele não
desativou”, relatou.
Rogério Avelino, 29 anos e morador do bairro
Pirajuçara também andava tranquilamente de bicicleta na ciclovia da Eliseu de
Almeida. Ele também expressou dúvida quanto à existência ou não da ciclovia em
Taboão. “Venho pela avenida Brasil. Não sei se ainda tem a ciclovia, porque tem
um monte de carro estacionado. Assim como na Niase, que está bem apagada”, explicou.
Avelino também afirmou que se arrisca para andar de
bicicleta, “os carros jogam pela esquerda, não estão nem aí. Então temos que
subir na calçada e atrapalha pedestres”. Tanto ele, como outros tantos
ciclistas entrevistados, são totalmente a favor da ciclovia, como uma forma de
facilitar o trajeto ao trabalho e volta para casa, prática de atividade física,
qualidade de vida, lazer e também para aliviar o stress.
“Está tudo de bom essa ciclovia. De outubro pra cá
emagreci 10 quilos. Estou me sentindo muito bem e com grande disposição”, falou
feliz, Priscila do Padro, moradora do Jardim Pazzine. Para ela, “precisa ter
ciclovia em todos os lugares, porque foi a melhor coisa que fizeram” ,
comemora.
Ciclovia construída e desativada
O ex-prefeito Evilásio Farias (PSB) construiu a
ciclovia em 2008, de acordo como previa o Plano Diretor do Município. O custo
foi quase de R$ 600 mil, sendo que 80% do valor foi repassado pelo Governo
Federal.
No dia 27 de fevereiro de 2013, já na gestão do
atual prefeito, Fernando Fernandes (PSDB) a Secretaria de Transporte e
Mobilidade Urbana, desativou a ciclovia que margeia o córrego Poá, partindo do
Jardim América e terminando na Praça do Galo, na Avenida Eliseu de Almeida. As
justificativas foram a falta de segurança ao ciclista e também porque era pouco
utilizada “servia mais para caminhada e cooper”, afirmou Rinaldo Tacola.
Na época a Prefeitura informou que para evitar
qualquer problema, os tachões e as placas foram retiradas e a pintura no solo apagada.
Faixas foram colocadas ao longo da via informando o fim da ciclovia.
Resquícios da ciclovia de Taboão
Ciclistas pedalando pela calçada
Ciclista vai se arriscar pela BR