13 de fevereiro de 2015

Ciclovia da Eliseu é muito utilizada, já em Taboão ciclistas se arriscam nas ruas e nos resquícios que ainda sobram da pista

Enquanto a ciclovia instalada na avenida Eliseu de Almeida é bastante movimentada, especialmente aos finais de semana ensolarados, segura, além de representar saúde, qualidade de vida, disposição e lazer, sem trânsitos, ou horas esperando nos pontos lotados, Taboão anda na contramão dessa realidade não contando mais com a ciclovia. Foram três horas entrevistando e fotografando, no último domingo (8) para perceber a satisfação e contentamento de quem pratica essa mobilidade em São Paulo e insatisfação, de quando chegam em Taboão, já que precisam se arriscar entre os carros, além de carregarem dúvidas se de fato, houve ou não a desativação da ciclovia na cidade, afinal ainda há resquícios dela, após um pouco mais de 2 anos de sua retirada.

Janete Mendes, moradora do Parque Assunção foi entrevistada andando de bicicleta com suas filhas pela praça José Severino Marques Filho, próximo a Armando de Andrade. “Ficou legal a Eliseu, mas quando vem para Taboão se sente insegura, é perigoso. Os carros vêm para cima”, frisou. Segundo ela, quando tinha a ciclovia não atrapalhava nada, porque era via de mão única e era uma opção para andar com as crianças aos finais de semana. “Não tem outra opção por aqui. Não gostei da retirada”, comentou.

Jovens, adultos e pessoas de idade. Skatistas, corredores e passeios com animais de estimação. A ciclovia é para todos os gostos e reúne, casais, famílias inteiras e amigos que vão até o Parque Vila Lobos pela ciclovia como conta o jovem de 17 anos, Allan da Costa, morador da região do Parque Pinheiros. “Viemos e vamos voltar pela rua mesmo, às vezes pela beiradinha da Régis Bittencourt, porque ele (o prefeito) largou a ciclovia. Ela está toda falhada, carros estacionam e passam por cima. Mas, ele não desativou”, relatou.

Rogério Avelino, 29 anos e morador do bairro Pirajuçara também andava tranquilamente de bicicleta na ciclovia da Eliseu de Almeida. Ele também expressou dúvida quanto à existência ou não da ciclovia em Taboão. “Venho pela avenida Brasil. Não sei se ainda tem a ciclovia, porque tem um monte de carro estacionado. Assim como na Niase, que está bem apagada”, explicou.

Avelino também afirmou que se arrisca para andar de bicicleta, “os carros jogam pela esquerda, não estão nem aí. Então temos que subir na calçada e atrapalha pedestres”. Tanto ele, como outros tantos ciclistas entrevistados, são totalmente a favor da ciclovia, como uma forma de facilitar o trajeto ao trabalho e volta para casa, prática de atividade física, qualidade de vida, lazer e também para aliviar o stress. 

“Está tudo de bom essa ciclovia. De outubro pra cá emagreci 10 quilos. Estou me sentindo muito bem e com grande disposição”, falou feliz, Priscila do Padro, moradora do Jardim Pazzine. Para ela, “precisa ter ciclovia em todos os lugares, porque foi a melhor coisa que fizeram” , comemora.

Ciclovia construída e desativada

O ex-prefeito Evilásio Farias (PSB) construiu a ciclovia em 2008, de acordo como previa o Plano Diretor do Município. O custo foi quase de R$ 600 mil, sendo que 80% do valor foi repassado pelo Governo Federal.

No dia 27 de fevereiro de 2013, já na gestão do atual prefeito, Fernando Fernandes (PSDB) a Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana, desativou a ciclovia que margeia o córrego Poá, partindo do Jardim América e terminando na Praça do Galo, na Avenida Eliseu de Almeida. As justificativas foram a falta de segurança ao ciclista e também porque era pouco utilizada “servia mais para caminhada e cooper”, afirmou Rinaldo Tacola.


Na época a Prefeitura informou que para evitar qualquer problema, os tachões e as placas foram retiradas e a pintura no solo apagada. Faixas foram colocadas ao longo da via informando o fim da ciclovia.




Resquícios da ciclovia de Taboão



Ciclistas pedalando pela calçada

Ciclista vai se arriscar pela BR

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