Um grupo de
cerca de 40 pessoas em defesa aos animais esteve no Parque das Hortênsias na
manhã desta segunda-feira, dia 30. Durante toda a manhã e início da
tarde, o zoológico municipal de Taboão ficou fechado e com Guardas Civis dentro
e fora do local. Os ativistas
alegaram ter recebido denúncias de maus-tratos, porém foram impedidos de
entrarem no parque, exceto a bióloga Elizabeth Teodorov. Ela ficou responsável
por fazer um laudo das condições dos recintos e dos animais.
O grupo
marcou o ato pela rede social Facebook, logo depois de terem conhecimento da
morte dos três felinos: tigre, leão e tigresa, entre os meses de agosto e
novembro, respectivamente. Veja aqui. Os ativistas não descartaram também a
retirada dos animais que não estejam bem tratos, como no caso do gavião, que está
com o olho perfurado e precisou ser amputado. Para tanto, eles precisam da
autorização da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
“A morte deles está bastante obscura. Temos
que conservar o parque e garantir que eles cuidem melhor dos animais”, afirmou
a professora Ana Lopes. De acordo com a advogada Antília da Monteira Reis,
presidente da Comissão de Proteção Animal da OAB de São Bernardo do Campo, o
órgão recebeu mais de 40 denúncias de maus-tratos aos animais do parque.
Por volta
do meio dia, a bióloga Elizabeth deu seu parecer. Ela disse ter constatado que
somente 10% do parque é considerado impróprio para os animais. Afirmou que os
felinos morreram realmente de doença e que a leoa está muito bem de saúde.
“Quando há maus-tratos o felino tem doenças de pele, olho lacrimejando”, disse.
Ela acrescentou que é necessário aumentar o espaço que a felina fica.
Como os
recintos que têm mais problemas ela enumerou o do sagüi e das aves de rapina. Ela
citou ainda a necessidade de reformas em outros recintos dos micos (macacos)
que de acordo com a bióloga está em ambiente irregular, jaulas enferrujadas,
sem ventilação, mofo e sem galhos grossos suficientes, além do chão ser
cimentado.
As três
corujas existentes no parque também estão nas mesmas condições, segundo ela. “O
cheiro dos recintos é muito forte, escuro e por esse motivo as corujas ficam
grudadas na grade para receber luz. Uma delas está cega de um olho”, contou. A bióloga
sugeriu que na reforma prometida pelo prefeito Fernando Fernandes, a parede do
recinto em questão seja quebrada, o ambiente pintado com uma cor mais clara e sejam
colocados mais folhas e galhos.
Depois da
análise, vídeos e fotos tiradas, a bióloga irá produzir um laudo. A polícia militar
ambiental esteve no local, porém sem o laudo, o 2º sargento Souza, esclareceu
que só pode autuar o parque somente quando o laudo estiver pronto. De acordo
com militar, a multa para maus-tratos é de R$ 1.500,00.
Na
sexta-feira passada, policiais e advogadas estiveram no parque. Outro laudo será
feito por eles, já que na ocasião várias fotos foram tiradas, também devido a
denúncias de maus-tratos.
A reforma
do parque deve começar no início do próximo ano. Dia 1º de janeiro, essa quarta, o zoológico
já não receberá mais visitas.