Foram marcados por extrema comoção, saudade e inconformidade
pela perda o velório e enterro do gesseiro Hélio Milke da Silva, de 29 anos, na
manhã deste domingo (29), no Cemitério da Saudade em Taboão da Serra. A família
dele acusa o Pronto Socorro do Antena de negligência médica, assim como a
Unidade de Pronto Atendimento (UPA Akira Tada). Ele foi socorrido até o Antena
por duas vezes, na terça “esperou 5h30 para ser atendido e não passou pelo
médico” e na sexta onde permaneceu internado até sua morte causada
possivelmente por duas paradas cardiorrespiratórias seguidas, 8h45 da manhã de
sábado”. 4 vezes Hélio foi levado para a UPA, porém somente na 3ª vez é que
pediram exame de sangue e urina “apesar das alterações, nenhum exame
complementar foi solicitado e fomos liberados para casa”.
Não contendo a tristeza, a viúva do jovem, Geoflezia Muniz
de 22 anos conta que o médico do plantão de sexta, no PS Antena “riu de sua
cara ao afirmar que pressão baixa não era motivo para internação”. Entretanto ela
o questionou, afinal os 2.5 litros de soro receitados “não estavam fazendo
efeito e parecia que seu esposo estava tendo uns surtos, suava muito, estava
pálido, não respondia suas perguntas”. Ela contou que assim que houve a troca
de plantão, outro médico pediu todos os exames complementares, inclusive o de
laço e a sorologia, afirmou “que Hélio estava com hemorragias internas e que
ele ia ficar em observação”, aconselhando-a a retomar para a casa, onde sua filha
de 2 anos a aguardava. Na manhã do dia seguinte, no sábado, ela retornou ao
Antena e recebeu a notícia da morte de seu marido. Ela lamenta por somente esse
médico ter dado atenção “infelizmente foi o último, porque se os outros
tivessem agido assim ele poderia estar vivo”, diz abatida.
Na declaração de óbito a causa da morte foi diagnosticada como
Hemorragia Digestiva Alta e na guia de encaminhamento de cadáver causa provável
do óbito, Dengue Hemorrágica seguida de um ponto de interrogação “representando
certa dúvida do médico”, assim como permanece a família, não sabendo quais
foram as reais causas da morte do jovem gesseiro. Hélio tinha retornado de
Campinas na sexta “somente com uma tosse”, contou Geoflezia. Sábado passou bem
e domingo começou a ficar sem apetite. De segunda em diante seus sintomas
começaram a piorar, segundo sua esposa. “Acordei na segunda e ele estava com
febre de 40º graus. Na terça já reclamava de dor de cabeça, nas juntas e com
poucas manchas vermelhas pelo corpo”.
Idas a UPA
Na própria segunda-feira assim que acordou Geoflezia
percebeu que seu marido estava com febre o levou para a UPA, foi explicado que
ele tinha retornado de Campinas, cidade com mais 7,7 mil casos de Dengue e
ainda que na rua onde moram Angelo Ferreira Fagundes, bairro Jardim Trianon,
mais de 6 pessoas estão com dengue - “Informaram que ele não tinha dengue,
fizeram exame de laço e não foi constatado nada. Não passaram remédio e
mandaram para casa”, frisou. Na terça ele “estava pior com dores de cabeça, nas
juntas e manchas”, contou, depois de “7 horas de espera para ser atendido”, “não
viram as manchas, não receitaram remédio e pediram para voltar para casa”. No
mesmo dia à noite, Hélio foi levado ao Antena, porém “não foi atendido
esperando mais de 5h30”.
Somente na quarta-feira na UPA é que pediram o exame de
sangue e urina... Ele foi piorando”. Na sexta, Geoflezia retornou com o Hélio
para a UPA e nos exames só “foi percebido pequenas alterações como as plaquetas
um pouco abaixo do normal”, a pressão do meu marido estava muito baixa também, “mesmo
assim a enfermeira afirmou que o médico não pediu nenhum exame complementar e
os liberaram”.
USP
Então o levaram à USP por volta das 14h30, “o exame de laço
deu negativo e afirmaram que não era dengue hemorrágica, mas o corpo inteiro
dele estava com manchas vermelhas, ele ficou tão impressionado com as manchas
que tirou várias fotos”, contou. Informaram para a viúva ainda “que devido ao
surto de dengue, estavam cheios e só podiam deixar internado ou em observação,
somente quem estivesse com a doença”. A noite ele retornou ao PS já vomitando e
faleceu às 8h45 de sábado.
Para o site da TV Bandeirantes, a secretária de saúde de Taboão da Serra, Raquel Zaicanner, afirmou que prestou atendimento adequado ao gesseiro (veja aqui). A reportagem
do blog “A Notícia em Questão!” entrou em contato por meio de mensagem pela
rede social ontem, mas não obteve resposta. Nesta tarde de segunda a secretaria respondeu "que está investigando o caso para saber o que realmente levou o paciente a óbito no dia 28 de março".
A intenção é questionar a secretária ainda na audiência pública de terça-feira, 10h na Câmara Municipal.
A intenção é questionar a secretária ainda na audiência pública de terça-feira, 10h na Câmara Municipal.
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