Um verdadeiro “bombardeio” de críticas e muitas alfinetadas
marcaram a audiência pública da Saúde, realizada na manhã desta terça-feira,
dia 7, no plenário da Câmara Municipal de Taboão da Serra. Moradores que
chegaram cedo para fazerem suas reclamações e relatarem as dores que sentem por
perderem entes queridos, devido possíveis negligências médicas, acabaram indo
embora, pelo alongamento da audiência que começou uma hora depois do
programado, 10h e se estendeu até 14h.
A secretária Raquel Zaicaner apresentou todos os dados do 2º
quadrimestre e 7 vereadores usaram da palavra, antes do microfone ser aberto
aos moradores, por volta das 13h. Quando foi dada a oportunidade para os
moradores ali presentes, somente 3 falaram. A maioria já tinha ido embora. O
vereador mais vaiado foi Marco Porta, ele ficou irritado e chegou a afirmar
“que aqui (Câmara) é a casa do vereador. Não tenho compromissos com vocês
porque não votaram na gente”, direcionando para uma senhora e um senhor que reclamaram do tempo que ele estava falando na tribuna.
Diante de todos os dados, os vereadores cobraram melhorias
na Saúde e fizeram diversas perguntas. Dentre elas, o tempo de espera que o
morador precisa aguardar para agendar suas consultas, falta de medicamentos e
médicos, além de questionarem como andam as investigações das mortes ocorridas
nos últimos meses. Professor Moreira (PT) acusou a secretária de afirmar “que ele
estava importunando sua noite de sono”, quando a procurou para falar de uma
criança com problemas no coração.
A secretária afirmou que todos os casos estão sendo
investigados “remetemos a SPDM e Conselho Regional de Medicina pedindo cópias
dos prontuários”. Que a criança precisava de um transplante e remoção, “não é
uma coisa que a gente consegue no meio da madrugada” e justificou que “tem um
momento que está cansada. É gente”. Ela frisou que o tempo de espera para
agendar consultas “não passa de 15 dias”. Afirmou ainda desconhecer que a SPDM
tem processos julgados, assumiu que pode ter havido erros médicos nas mortes e
declarou ainda “que é nos hospitais, prontos socorros que os pacientes morrem”.
Ainda em relação à fala do vereador Moreira – a secretária
afirmou “que não têm vivenciado cena de horror na saúde”. Luiz Lune (PCdoB) frisou que talvez ela não
presencie, mas quem precisa da saúde sim. “Porque há muitas denúncias,
reclamações”. Eduardo Nóbrega (PR) ressaltou que está estudando o relatório e
fez perguntas para secretária, a fim de que com as respostas, possa
confrontá-las e “possam falar a mesma linguagem”. Ele foi categórico ao dizer “que
não adianta tapar o sol com a peneira”.
A família da jovem senhora Maria Pereira da Silva Yoshioka
de 53 anos, que morreu esperando transferência para o Hospital Geral do
Pirajuçara (reveja aqui) não pode aguardar mais para denunciar o que aconteceu
com Maria e acabou desabafando diretamente para a secretária: “Fez 1 mês que
minha irmã morreu. Poderia ter sido a sua. Minha irmã foi assassinada na UPA.
Queria que observasse isso”.
Alfinetadas
Narciso, presidente do Conselho Municipal de Saúde, disparou
à Marco Porta, que ele era secretário de Finanças “quando o vereador Cido
gritava por justiça” e ainda frisou “que ele (Marco Porta) não tem moral para
falar o que quer”. Em resposta a Narciso, Porta afirmou “que Narciso usou da
tribuna para desqualificar o trabalho dos vereadores, ferindo o regimento
interno” afirmando que Narciso já foi mais combativo e sabe porque não é mais.
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