Renato de Jesus Sousa, 31 anos está travando uma
verdadeira batalha pela vida há praticamente 4 meses. Ele foi atropelado dia 9
de setembro na altura da agência do Santander, na Kizaemon Takeuti, já foi
submetido a três cirurgias, de acordo com sua família, e agora aguarda a
recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do
Pirajuçara “totalmente aberto, correndo sérios riscos de pegar alguma
contaminação e ficar com sequelas”. No acidente, Renato teve seu pulmão
perfurado, duas costelas quebradas, perdeu um dos rins e sofreu várias
escoriações. Sua família, acusa o HGP de erro médico na primeira cirurgia e
ainda negligência dos profissionais de saúde do Pronto Socorro do Antena, “por
deixar Renato do lado de fora (na rampa de acesso das ambulâncias) em uma
cadeira de rodas por horas e nem cadastrar ficha de entrada dele no PS”.
Desde que recebeu alta, dia 24 de setembro, Renato
reclamava de muitas dores na barriga, onde foi submetido à cirurgia. A barriga
começou a inchar e na sequência começou a vomitar água amarela, verde e pedaços
de sangue. “Precisávamos deixar um balde aqui na sala (ao lado do sofá) e
próximo à cama dele. Levamos ele ao Antena e lá só colheram sangue, urina. Não
fizeram tomografia, mesmo eu falando que havia percebido que ele não estava
mais indo ao banheiro”, contou sua mãe, dona Maria Helena de Jesus Sousa.
Preocupada com o estado de saúde do seu filho, dona
Maria o levou até o Hospital Geral, dia 5 de novembro, e lá foi tratada mal,
segundo seu relato. “Depois de ficar esperando por 1h o atendimento, ouvi da
enfermeira: o que a senhora está fazendo aqui? Ele já foi operado. Isso é
abstinência. A senhora tem que procurar um posto de saúde. Colocaram ele lá
dentro (consultório) sozinho. Muito ruim ele acabou esperando horas e levantou,
passou pela enfermeira que não o viu e pediu para irmos embora, já sentado na
calçada”, denunciou.
No mesmo dia, devido a tanto vômito, ele foi levado
à Unidade de Pronto Atendimento (UPA Akira Tada). “Assim que a médica viu o
vômito com muito sangue, disse que era grave. Ela fez exames e ligou para o
médico que operou meu filho. Ele disse que não podia se deslocar do local de
trabalho e então fomos para o HGP novamente”, disse. Dia 6 às 13h ele foi
submetido a mais uma cirurgia, que durou 9 horas. No mesmo dia, “em uma grande
correria, voltou à sala cirúrgica”. Segundo sua família, desde o dia 10, ele
está aberto correndo sérios riscos de pegar alguma infecção.
“Ele está a quase 2 meses com as tripas vazando e
ainda me disseram que isso acontece”, denunciou dona Maria. “Estou sentindo a
pior dor que uma mãe pode sentir. Vendo meu filho sofrendo e não fazerem nada”,
desabafou com lágrimas nos olhos.
Outro lado
Em nota, o Hospital Geral do Pirajuçara esclareceu
que o paciente Renato de Jesus Sousa deu entrada no hospital no dia 10 de
setembro, vítima de atropelamento e passou por cirurgia para retirada de rim,
que foi prejudicado por conta do acidente. O paciente teve alta no dia 24 de
setembro e retornou no dia 31 de outubro na unidade, com dores abdominais.
Ficou em observação até o dia 1º de novembro, enquanto era medicado e passava
por exames e avaliações médicas, que não apontaram nenhuma complicação
referente à cirurgia.
No dia 06 de novembro, o paciente deu entrada
novamente no hospital, com obstrução intestinal, que pode ocorrer com pacientes
que tenham passado por cirurgia de retirada de rim. Foram feitos procedimentos
para desobstrução, inclusive uma peritoniostomia (cirurgia para abertura do
abdômen), que está sendo acompanhada e aguardando uma cicatrização natural para
que possa ser fechada cirurgicamente.
Vale ressaltar que a peritoniostomia do paciente
está protegida e medicada, para que não haja risco de qualquer quadro
infeccioso. Atualmente o paciente está na UTI, consciente, estável e recebendo
tratamento para broncopneumonia.
Já a Prefeitura da cidade, não retornou o e-mail,
enviado dia 1 de Dezembro, respondendo como teria sido o atendimento do
paciente no dia 9, já que a família acusa o Pronto Socorro de deixar Renato em
uma cadeira de rodas do lado de fora do PS.
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