3 de dezembro de 2014

Família de homem atropelado acusa HGP de erro médico em cirurgia e negligência de atendimento no Antena

Renato de Jesus Sousa, 31 anos está travando uma verdadeira batalha pela vida há praticamente 4 meses. Ele foi atropelado dia 9 de setembro na altura da agência do Santander, na Kizaemon Takeuti, já foi submetido a três cirurgias, de acordo com sua família, e agora aguarda a recuperação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Pirajuçara “totalmente aberto, correndo sérios riscos de pegar alguma contaminação e ficar com sequelas”. No acidente, Renato teve seu pulmão perfurado, duas costelas quebradas, perdeu um dos rins e sofreu várias escoriações. Sua família, acusa o HGP de erro médico na primeira cirurgia e ainda negligência dos profissionais de saúde do Pronto Socorro do Antena, “por deixar Renato do lado de fora (na rampa de acesso das ambulâncias) em uma cadeira de rodas por horas e nem cadastrar ficha de entrada dele no PS”.

Desde que recebeu alta, dia 24 de setembro, Renato reclamava de muitas dores na barriga, onde foi submetido à cirurgia. A barriga começou a inchar e na sequência começou a vomitar água amarela, verde e pedaços de sangue. “Precisávamos deixar um balde aqui na sala (ao lado do sofá) e próximo à cama dele. Levamos ele ao Antena e lá só colheram sangue, urina. Não fizeram tomografia, mesmo eu falando que havia percebido que ele não estava mais indo ao banheiro”, contou sua mãe, dona Maria Helena de Jesus Sousa.

Preocupada com o estado de saúde do seu filho, dona Maria o levou até o Hospital Geral, dia 5 de novembro, e lá foi tratada mal, segundo seu relato. “Depois de ficar esperando por 1h o atendimento, ouvi da enfermeira: o que a senhora está fazendo aqui? Ele já foi operado. Isso é abstinência. A senhora tem que procurar um posto de saúde. Colocaram ele lá dentro (consultório) sozinho. Muito ruim ele acabou esperando horas e levantou, passou pela enfermeira que não o viu e pediu para irmos embora, já sentado na calçada”, denunciou.

No mesmo dia, devido a tanto vômito, ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA Akira Tada). “Assim que a médica viu o vômito com muito sangue, disse que era grave. Ela fez exames e ligou para o médico que operou meu filho. Ele disse que não podia se deslocar do local de trabalho e então fomos para o HGP novamente”, disse. Dia 6 às 13h ele foi submetido a mais uma cirurgia, que durou 9 horas. No mesmo dia, “em uma grande correria, voltou à sala cirúrgica”. Segundo sua família, desde o dia 10, ele está aberto correndo sérios riscos de pegar alguma infecção.

“Ele está a quase 2 meses com as tripas vazando e ainda me disseram que isso acontece”, denunciou dona Maria. “Estou sentindo a pior dor que uma mãe pode sentir. Vendo meu filho sofrendo e não fazerem nada”, desabafou com lágrimas nos olhos.

Outro lado

Em nota, o Hospital Geral do Pirajuçara esclareceu que o paciente Renato de Jesus Sousa deu entrada no hospital no dia 10 de setembro, vítima de atropelamento e passou por cirurgia para retirada de rim, que foi prejudicado por conta do acidente. O paciente teve alta no dia 24 de setembro e retornou no dia 31 de outubro na unidade, com dores abdominais. Ficou em observação até o dia 1º de novembro, enquanto era medicado e passava por exames e avaliações médicas, que não apontaram nenhuma complicação referente à cirurgia.

No dia 06 de novembro, o paciente deu entrada novamente no hospital, com obstrução intestinal, que pode ocorrer com pacientes que tenham passado por cirurgia de retirada de rim. Foram feitos procedimentos para desobstrução, inclusive uma peritoniostomia (cirurgia para abertura do abdômen), que está sendo acompanhada e aguardando uma cicatrização natural para que possa ser fechada cirurgicamente.

Vale ressaltar que a peritoniostomia do paciente está protegida e medicada, para que não haja risco de qualquer quadro infeccioso. Atualmente o paciente está na UTI, consciente, estável e recebendo tratamento para broncopneumonia.


Já a Prefeitura da cidade, não retornou o e-mail, enviado dia 1 de Dezembro, respondendo como teria sido o atendimento do paciente no dia 9, já que a família acusa o Pronto Socorro de deixar Renato em uma cadeira de rodas do lado de fora do PS.




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