12 de setembro de 2014

Família de senhora morta afirma que médico negou atendimento “por não estar em horário de trabalho” na UPA Taboão

Mais uma morte na rede municipal de saúde de Taboão da Serra foi registrada na última segunda-feira (8). Segundo familiares em registro de Boletim de Ocorrência dona Maria Pereira da Silva Yoshioka, de 53 anos, sofreu três convulsões após reclamar de dores nas costas, aguardando atendimento, uma vez que ao pedir a presença de um médico “ele teria informado que não estava em horário de atendimento e parado de dar atenção, com a desculpa de que ela já estava sendo medicada”, denunciaram. O caso aconteceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Akira Tada.

De acordo com Tiago Yoshioka, filho de dona Maria, os médicos não resolviam nada e mesmo com a insistência da sua família para que um exame de hemograma e tomografia fossem realizados “demoraram mais de 12 horas”, frisou. “Minha mãe foi internada no sábado à tarde, às 14h, não foi transferida para o Hospital Geral do Pirajuçara, nenhuma doença era descoberta pelos exames e ela acabou morreu segunda-feira (8) entre 10 e 11 horas da manhã”, denunciou.

Ele contou que sua mãe foi socorrida à UPA, “com bastante falta de ar e exames de pulmão e sangue  foram feitos mais acabaram dando negativo. Ela ficou em observação. No domingo, o estado de saúde da minha mãe piorou e aplicaram analgésicos. Na segunda ela reclamou de dores nas costas e pediu a presença do médico, pararam de dar atenção afirmando que ela estava sendo medicada e não transferiram para o Hospital Geral do Pirajuçara, quando liberaram a transferência, não deu tempo ela sofreu três convulsões e morreu”, afirmou.

O corpo de dona Maria foi enterrado no Cemitério da Saudade, na última terça. O Boletim de Ocorrência, por sua vez registrado como morte natural, no dia de sua morte, segunda. Segundo a Polícia Civil um inquérito será instaurado para apurar os fatos e ouvir a família. O depoimento de alguns dos familiares deve acontecer no início da semana que vem.

O blog “A Notícia em Questão!” entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Prefeitura na última quinta (11), para pedir uma nota oficial sobre a morte da senhora, mas até o fechamento da matéria não recebeu resposta.

Outras mortes

Ao menos três mortes aconteceram na rede municipal de saúde de Taboão em menos de uma semana. Angélica, 25 anos e Adriana e sua bebê faleceram na Maternidade do Antena, após e durante o parto, respectivamente (relembre aqui e aqui).


Na Câmara Municipal os vereadores já aprovaram requerimento a fim de conseguirem respostas da secretaria de Saúde sobre as causas das mortes das três pacientes. Também sugeriram a abertura de CPI, caso as respostas não sejam reveladas. O vereador da base, Eduardo Nóbrega apresentou na última sessão (9) requerimento cobrando todo o contrato da SPDM que gere o hospital Pirajuçara, Pronto Socorros e Maternidade. A propositura deve voltar à votação na próxima sessão.


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