A
desativação da ciclovia e o impacto no trânsito com a vinda do Poupatempo
acabaram dando o tom das discussões na audiência pública realizada pela
Comissão de Transportes, na última quarta-feira (27), na Câmara Municipal de
Taboão da Serra.
Carlinhos
do Leme (PP), presidente da comissão, foi o mediador das perguntas ao
secretário. Na ocasião, o vereador Luiz Lune (PCdoB) foi o primeiro a cobrar de
Rinaldo Tacola que ele comece a ouvir melhor os movimentos para tomar atitudes
com o conhecimento e aprovação de todos. Lembrando que a desativação da
ciclovia foi feita sem conversa antecipada com os ciclistas.
Álvaro e João
Paulo do coletivo: Idéia Nossa mostraram o visível descontentamento diante da
desativação da ciclovia, sem aviso prévio da prefeitura, concordando com a
crítica do vereador Lune e criticaram que agora o local está sendo usado para
estacionamento.
“A atitude
da prefeitura foi prejudicial. Fomos pegos de surpresa quando a ciclovia foi
tirada. Havia rumores, porém não acreditava que seria feito dessa maneira. A
Prefeitura e Câmara não podem ser nossas inimigas. Cabe discussão para ver o
que precisa melhorar”, afirmou Álvaro.
João Paulo
foi mais incisivo “foi um tremendo balde de água fria tirar a ciclovia. Estão
proibindo quase tudo referente ao esporte, até queriam tirar os skatistas da
praça Nicola Vivilechio”, criticou.
O
secretário afirmou que fez um estudo que comprovou a baixa utilização da
ciclovia. De acordo com ele, tinham trechos que apresentavam riscos aos
pedestres, como no caso da faixa em cima da calçada na frente do Pronto Socorro
Akira Atada. Ele disse não ser contrário à ciclovia, porém precisa ser feita em
uma área apropriada, de lazer, utilização clara de uso e mobilidade.
“Fizemos várias pesquisas e acompanhamento de utilização, que era baixíssima. A ciclovia foi implantada em uma área que não era atendida por questões técnicas. Existia uma rejeição por moradores e pessoas que passavam pela região”, garante.
Álvaro
frisou que o ciclista na calçada não é uma afronte, perigo para o pedestre.
“Hoje o ciclista está mais vulnerável sem ciclovia do que com ela. Por fim, ele
salientou que “não dá para pensar em só segregar” e pediu para que a prefeitura
faça campanha intensa de educação de trânsito como forma de estímulo ao uso de
bicicletas sem perigo.
Carlinhos
do Leme falou sobre a possibilidade da ciclovia contemplar os bairros do Leme e
Marabá, com intuito de levar os ciclistas até o centro da cidade. De acordo com
ele, a cidade não tem espaço físico para quase nada e foi mal projetada. “Temos
que tentar ver soluções para viver melhor”.
Em relação
ao Poupatempo, ele salientou que a praça vai garantir acessibilidade e
centralidade para atender a todos. Porém Luiz Lune foi contrário a sua fala ao
afirmar que alternativas deveriam ter sido pensadas para a construção do
Poupatempo como no Laguna ou Estradas das Olarias.
“Não sou
contra o Poupatempo, está super valorizando o comércio, porém não estou
preocupado com o comércio e sim com os moradores. Com o Poupatempo na Kizaemon
o trânsito vai virar um caos ali, atropelamentos e transtornos grandes”,
salientou.
O
presidente da Câmara Municipal, Eduardo Nóbrega, apontou o crescimento da
cidade de forma desorganizada como o principal responsável pelo aumento de
congestionamentos. “Tivemos anos e anos de crescimento desordenado, ergueram
prédios e mais prédios sem nenhuma responsabilidade, sem um impacto de
vizinhança, sem adaptar as vias, isso foi muito ruim para Taboão da Serra”.
A audiência
aconteceu praticamente com o plenário vazio, por não ter sido avisada com
antecedência.
Lune, Carlinhos do Leme e Eduardo Nóbrega questionam Tacola (Foto Eduardo Toledo)
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