28 de novembro de 2013

Desativação da ciclovia é cobrada em audiência pública de Taboão

A desativação da ciclovia e o impacto no trânsito com a vinda do Poupatempo acabaram dando o tom das discussões na audiência pública realizada pela Comissão de Transportes, na última quarta-feira (27), na Câmara Municipal de Taboão da Serra.

Carlinhos do Leme (PP), presidente da comissão, foi o mediador das perguntas ao secretário. Na ocasião, o vereador Luiz Lune (PCdoB) foi o primeiro a cobrar de Rinaldo Tacola que ele comece a ouvir melhor os movimentos para tomar atitudes com o conhecimento e aprovação de todos. Lembrando que a desativação da ciclovia foi feita sem conversa antecipada com os ciclistas.

Álvaro e João Paulo do coletivo: Idéia Nossa mostraram o visível descontentamento diante da desativação da ciclovia, sem aviso prévio da prefeitura, concordando com a crítica do vereador Lune e criticaram que agora o local está sendo usado para estacionamento.

“A atitude da prefeitura foi prejudicial. Fomos pegos de surpresa quando a ciclovia foi tirada. Havia rumores, porém não acreditava que seria feito dessa maneira. A Prefeitura e Câmara não podem ser nossas inimigas. Cabe discussão para ver o que precisa melhorar”, afirmou Álvaro.

João Paulo foi mais incisivo “foi um tremendo balde de água fria tirar a ciclovia. Estão proibindo quase tudo referente ao esporte, até queriam tirar os skatistas da praça Nicola Vivilechio”, criticou.

O secretário afirmou que fez um estudo que comprovou a baixa utilização da ciclovia. De acordo com ele, tinham trechos que apresentavam riscos aos pedestres, como no caso da faixa em cima da calçada na frente do Pronto Socorro Akira Atada. Ele disse não ser contrário à ciclovia, porém precisa ser feita em uma área apropriada, de lazer, utilização clara de uso e mobilidade. 

“Fizemos várias pesquisas e acompanhamento de utilização, que era baixíssima. A ciclovia foi implantada em uma área que não era atendida por questões técnicas. Existia uma rejeição por moradores e pessoas que passavam pela região”, garante.

Álvaro frisou que o ciclista na calçada não é uma afronte, perigo para o pedestre. “Hoje o ciclista está mais vulnerável sem ciclovia do que com ela. Por fim, ele salientou que “não dá para pensar em só segregar” e pediu para que a prefeitura faça campanha intensa de educação de trânsito como forma de estímulo ao uso de bicicletas sem perigo.

Carlinhos do Leme falou sobre a possibilidade da ciclovia contemplar os bairros do Leme e Marabá, com intuito de levar os ciclistas até o centro da cidade. De acordo com ele, a cidade não tem espaço físico para quase nada e foi mal projetada. “Temos que tentar ver soluções para viver melhor”.

Em relação ao Poupatempo, ele salientou que a praça vai garantir acessibilidade e centralidade para atender a todos. Porém Luiz Lune foi contrário a sua fala ao afirmar que alternativas deveriam ter sido pensadas para a construção do Poupatempo como no Laguna ou Estradas das Olarias.

“Não sou contra o Poupatempo, está super valorizando o comércio, porém não estou preocupado com o comércio e sim com os moradores. Com o Poupatempo na Kizaemon o trânsito vai virar um caos ali, atropelamentos e transtornos grandes”, salientou.

O presidente da Câmara Municipal, Eduardo Nóbrega, apontou o crescimento da cidade de forma desorganizada como o principal responsável pelo aumento de congestionamentos. “Tivemos anos e anos de crescimento desordenado, ergueram prédios e mais prédios sem nenhuma responsabilidade, sem um impacto de vizinhança, sem adaptar as vias, isso foi muito ruim para Taboão da Serra”.


A audiência aconteceu praticamente com o plenário vazio, por não ter sido avisada com antecedência.

Lune, Carlinhos do Leme e Eduardo Nóbrega questionam Tacola (Foto Eduardo Toledo)

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