As mães de autistas que moram em Taboão da Serra
enfrentam um grande dilema: onde podem conseguir tratamento para seus filhos? A
dúvida consiste, segundo elas, devido à cidade não contar com nenhum equipamento
de saúde específico e adequado para as crianças, jovens e adultos
diagnosticados com o distúrbio. Elas tentam parceria da prefeitura para montar
a associação Borboleta Azul, a fim de minimizar as dificuldades encontradas
pelos portadores de autismo.
A idealizadora da associação, Elaine Vida, é mãe de um
filho autista com 16 anos e moradora do bairro Jardim Mituzi. A reportagem
apurou que o CRS não trabalha com autista, porém realiza uma avaliação e se for
“funcional” é atendido a partir dos 16 anos, “mão não é voltado para
deficiência”. Em ligação ao local, a atendente informou que a cidade não tem
inclusão de autistas. “Já tentei encaminhar, mas aqui na cidade não tem
inclusão mesmo. Por Lei era na escola”, comentou.
Sem conseguir tratamento em Taboão da Serra, Elaine precisou
buscar vaga em diversas cidades e hoje o seu filho se trata na ONG Evolução Centro de Vivência de
Embu das Artes, em período integral. “O tratamento multidisciplinar deu
resultado em seis meses. Agora é mais fácil a adaptação dele, porque consegue
escrever, ler, sair para tudo que é lugar, fala frases mais completas. Tudo
melhorou. Posso até levar ele em shows e na praia, que ele não tem crises”,
afirmou.
De acordo com Elaine o mínimo para o tratamento
específico dos autistas é o multidisciplinar: de 4 a 8 horas por dia, de segunda
a sexta. “O tratamento mínimo seria com psicólogos, fonoaudiólogo, terapeuta,
fisioterapeuta, psiquiatra, neurologista, professor de educação física e
enfermeiro”, explicou.
Os autistas são acometidos por dificuldades de comunicação, socialização e comportamento, além de não
conseguirem conviver com barulhos muito altos como fogos e gritos o que acaba
prejudicando o desenvolvimento das crianças, jovens e dos adultos portadores do
distúrbio.
Com objetivo de minimizar tantas dificuldades e
oferecer um tratamento específico para os portadores do distúrbio, Elaine e
outras 30 mães criam a associação Borboleta Azul. A idealizadora, Elaine contou
que o projeto está em andamento. Elas buscam o apoio da Prefeitura Municipal.
A ideia é
atender logo de início, 50 autistas, de 3 anos a sem limite de idade, com uma
equipe multidisciplinar, em período integral, principalmente casos mais
severos, que não tem condições de frequentar a escola. O objetivo também é
abrir residência assistida para dar moradia, para os autistas que não tem um
teto.
“Os autistas
tem direito de serem acompanhados por uma auxiliar em sala de aula - desde de que haja necessidade, alguns autistas não precisam desse profissional - odontologia
e profissionais capacitados e preparados na saúde e educação para cuidar dessa
patologia, não de todas. Porque autista é mais complexo”, ressaltou.
A reportagem ainda tentou levantar o número de
autistas que recebem atendimentos do distúrbio na cidade, mas desde o dia 10 de
abril, não recebeu retorno da prefeitura municipal.
Foto: divulgação
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