A greve do funcionalismo público de Taboão da Serra entrou
em seu 2º dia nesta segunda-feira, dia 9. Ao todo 55 escolas municipais
paralisaram suas atividades. Também aderiram à greve funcionários do Cras Vila
Sônia, Parque das Hortênsias, Usina, Zoonoses e motoristas. De acordo com o
grupo, para esta terça (10), há ainda a promessa de paralisação dos agentes de
trânsito.
Durante todo o trajeto feito pelos funcionários, houve
visita na Usina, oito escolas municipais, Centro de Especialidades (AMA) e
Câmara Municipal. O grupo depois de tanto caminhar, se reuniu em frente à
prefeitura de Taboão da Serra, por volta das 11h30 desta segunda, com objetivo
de serem atendidos pelo prefeito Fernando Fernandes. Sem êxito, programam
acampamento nesta terça, a partir das 9h em frente ao órgão público.
Um funcionário da Usina denunciou que chegou a se machucar
por não ter equipamento de proteção individual. “Faltam também uniformes, IPIs,
combustível nos veículos – que acabam ficando parados – material. Nas obras
feitas nas ruas, sem material precisamos procurar nos restos de entulho. A
prefeitura não compra. Há dois anos esse problema se repete”, afirmou.
Segundo ele, as condições no Cemitério da Saudade também não
são boas. “Quando chegam equipamentos de IPIs, é bem reduzido e o funcionário
precisa ficar reaproveitando o material, por exemplo, máscara que tem que ser
descartada rapidamente, usa 3, 4 vezes, luva de borracha, entre outros”,
pontuou.
Funcionárias da educação frisaram que não conseguem se quer
dispensa para cuidar de seus filhos e parentes doentes. “Uma mãe teve a
dispensa negada, mesmo com seu filho na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Estão
indo contra o Estatuto e Constituição”, reclamou. De acordo com ela, a
prefeitura infringe também o Estatuto do Idoso, porque a mãe e pai que são idosos,
precisam de um acompanhamento e não pode “porque ou você tira abonada e depois
se prejudica na avaliação de desempenho ou você perde o dia, como justificada”.
Uma das professoras de Educação Física, da escola EMI Santa
Rita, afirma que a prefeitura cumpriu determinação da lei de que teria que ter
aulas de artes, inglês, educação física, “mas não pensou na estrutura e na
educação de fato. É um pátio de uma igreja, as crianças ficam sentadas o dia
todo, batendo palma na aula de educação física, sem condição de fazer outra
coisa”, disse.
Há 12 anos, uma ADE da escola municipal Dona Benta contou
que está com tendinite esperando por um mês uma vaga para fazer um exame
específico para ver se consegue alguma licença prêmio ou invalidez. Ela frisou
que cozinha para 120 crianças, com ajuda de uma PAP, “que não tem experiência,
só ajuda a cortar legumes por 8 horas. Cozinho arroz, feijão, carne, sobremesa,
hidratação e ainda janta. Entrei jovem, não tinha nada, tudo no lado direito,
onde mais trabalho”, comentou.
Na pauta de reivindicações, os professores e demais funcionários
clamam por reajuste salarial de 40%, vale transporte e alimentação de 163 para
R$ 500, plano de saúde, revisão do plano de carreira do magistério, devolução
do quinquênio e sexta parte retirados em 2010, licença para acompanhamento de
terceiros, transformação das ADIS em PDIs (professoras de desenvolvimento
infantil), redução da jornada das ADEs e Auxiliares de Classe para 6 horas, sem
redução de salário e regularização das auxiliares que estão assumindo as salas
de aulas sozinhas, sobretudo as EMIs (escola municipal infantil).
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