25 de junho de 2014

Câmara aprova abono salarial, mas servidores de Taboão não concordam com a concessão

O 19º dia de greve dos funcionários públicos de Taboão da Serra foi marcado por grandes frustrações. Depois de esperarem por horas reunião com o prefeito Fernando Fernandes, em frente à prefeitura, que não aconteceu, os servidores decidiram pressionar os vereadores, a fim de garantirem que a negociação com o mandatário aconteça. Com lotação na Câmara, uso da tribuna popular e não votação do requerimento solicitado por eles, o grupo presenciou a votação favorável do projeto de Lei do executivo que prevê abono salarial, que varia de R$ 100, 150 e 200 reais.

Na ocasião também conheceram a emenda proposta pelos vereadores da oposição, Luiz Lune (PCdoB) e Moreira (PT) que aumentava o abono salarial para R$ 380, sem variações e para todas as categorias do funcionalismo. A emenda foi barrada nas comissões e nem chegou a ser votada. Ambos declararam voto contrário ao abono previsto pelo prefeito caracterizando-o como “esmola”.

O petista afirmou que “gostaria de votar com orgulho, mas se fosse reajuste salarial, não abono esmola” e completou: “que 95% dos servidores não serão atendidos pelo abono fome. Não é porque votamos contra ao abono, que estamos contrários aos servidores, só que defendemos não o abono e sim o reajuste salarial”. Já Lune frisou “Votei contra a urgência e abono, porque se votasse a favor iria contra a luta de vocês. Chega de enganação. Voto a favor da dignidade de vocês. Estamos apoiando a luta. A greve é um direito de vocês”.

Os vereadores da situação votaram a favor da propositura. Eduardo Nóbrega (PR) garantiu que o abono não significa o fim das negociações com o governo. Chegou a afirmar que “caminhava para um bom final”, sendo duramente criticado e vaiado. Os servidores que estiveram na Câmara eram contrários ao abono por “não incorporar no salário, 13º, férias, aposentadoria, representando uma perda e desequilíbrio salarial. Sendo apenas um paliativo”, afirmaram.

Segundo a professora Sandra Fortes, “se não fosse a greve o prefeito não tinha intenção nenhuma de atender as reivindicações do funcionalismo e nem falaria de abono. Somente na festa do servidor que ele prometeu auxilio transporte, abrir concurso, mas até agora não cumpriu”, avaliou.

Uma nova assembleia dos funcionários grevistas está agendada para acontecer às 15h em frente a prefeitura municipal. Na ocasião, eles decidem se continuam ou não em greve. O grupo quer mostrar, segundo postagem no Facebook, que o abono não calará o direito de greve deles.

Manifestação de terça

Cerca de 100 servidores realizaram manifestação durante toda a terça. O grupo marchou do largo da cidade por volta das 8h30 até a Prefeitura Municipal, onde chegaram aproximadamente 10h20 e aguardaram por horas  reunião com o prefeito.

Carregando faixas e cartazes, os servidores clamavam por reajuste salarial de 40%, aumento do valor do vale alimentação, vale transporte, entre vasta pauta de reivindicações. O grupo também cantou frases de efeito como: “Se a condição não melhorar, a cidade vai parar. Se o salário não subir, o Fernando vai cair” e “Se quer o fim da greve, então pague o que nos deve”.

Os discursos deles mostraram grande insatisfação e apontaram várias denúncias, “como o vidro quebrado que atingiu uma funcionária da secretaria de Assistência Social - já foram trocados durante a greve”, afirmaram. “Queremos negociações para que os dias parados sejam repostos, mas sem retaliação”, pontuaram.











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