O 19º dia de greve dos funcionários públicos de Taboão da
Serra foi marcado por grandes frustrações. Depois de esperarem por horas
reunião com o prefeito Fernando Fernandes, em frente à prefeitura, que não
aconteceu, os servidores decidiram pressionar os vereadores, a fim de
garantirem que a negociação com o mandatário aconteça. Com lotação na Câmara,
uso da tribuna popular e não votação do requerimento solicitado por eles, o
grupo presenciou a votação favorável do projeto de Lei do executivo que prevê
abono salarial, que varia de R$ 100, 150 e 200 reais.
Na ocasião também conheceram a emenda proposta pelos
vereadores da oposição, Luiz Lune (PCdoB) e Moreira (PT) que aumentava o abono
salarial para R$ 380, sem variações e para todas as categorias do
funcionalismo. A emenda foi barrada nas comissões e nem chegou a ser votada.
Ambos declararam voto contrário ao abono previsto pelo prefeito
caracterizando-o como “esmola”.
O petista afirmou que “gostaria de votar com orgulho, mas se
fosse reajuste salarial, não abono esmola” e completou: “que 95% dos servidores
não serão atendidos pelo abono fome. Não é porque votamos contra ao abono, que
estamos contrários aos servidores, só que defendemos não o abono e sim o reajuste
salarial”. Já Lune frisou “Votei contra a urgência e abono, porque se votasse a
favor iria contra a luta de vocês. Chega de enganação. Voto a favor da dignidade
de vocês. Estamos apoiando a luta. A greve é um direito de vocês”.
Os vereadores da situação votaram a favor da propositura. Eduardo
Nóbrega (PR) garantiu que o abono não significa o fim das negociações com o
governo. Chegou a afirmar que “caminhava para um bom final”, sendo duramente
criticado e vaiado. Os servidores que estiveram na Câmara eram contrários ao
abono por “não incorporar no salário, 13º, férias, aposentadoria, representando
uma perda e desequilíbrio salarial. Sendo apenas um paliativo”, afirmaram.
Segundo a professora Sandra Fortes, “se não fosse a greve o
prefeito não tinha intenção nenhuma de atender as reivindicações do
funcionalismo e nem falaria de abono. Somente na festa do servidor que ele
prometeu auxilio transporte, abrir concurso, mas até agora não cumpriu”,
avaliou.
Uma nova assembleia dos funcionários grevistas está agendada
para acontecer às 15h em frente a prefeitura municipal. Na ocasião, eles
decidem se continuam ou não em greve. O grupo quer mostrar, segundo postagem no
Facebook, que o abono não calará o direito de greve deles.
Manifestação de terça
Cerca de 100 servidores realizaram manifestação durante toda
a terça. O grupo marchou do largo da cidade por volta das 8h30 até a Prefeitura
Municipal, onde chegaram aproximadamente 10h20 e aguardaram por horas reunião com o prefeito.
Carregando faixas e cartazes, os servidores clamavam por
reajuste salarial de 40%, aumento do valor do vale alimentação, vale
transporte, entre vasta pauta de reivindicações. O grupo também cantou frases
de efeito como: “Se a condição não melhorar, a cidade vai parar. Se o salário
não subir, o Fernando vai cair” e “Se quer o fim da greve, então pague o que
nos deve”.
Os discursos deles mostraram grande insatisfação e apontaram
várias denúncias, “como o vidro quebrado que atingiu uma funcionária da
secretaria de Assistência Social - já foram trocados durante a greve”,
afirmaram. “Queremos negociações para que os dias parados sejam repostos, mas
sem retaliação”, pontuaram.
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