A qualquer hora do dia usuários dividem o espaço. Chegam a montar barracas, levam colchões e para maior comodidade utilizam um sofá para usarem crack. O mato alto do terreno e árvores caídas facilitam o esconderijo dos usuários que dormem, conversam, usam droga e passam grande parte do tempo ali. O espaço também conta com traficantes, muito lixo e entulho.
A reportagem apurou que mulheres acabam se prostituindo em troca do valor para comprar a droga. Quem passa pela estrada, mal percebe que o terreno é frequentado por eles, já que conta com portão e muro alto, porém ao prestarem bastante atenção, percebem o cheiro de queimadas, conversas e até movimentações.
“A noite não dá pra ver nada. Só a falação, cachimbos acessos e fogueira”, disse um comerciante que não quis se identificar. Outro chegou a afirmar que as mulheres que ali precisam descer, ligam antes para seus maridos a fim de que as busquem, porque tem muito medo de serem vítimas.
Na cerca elétrica da empresa ao lado do terreno é possível notar parte de colchão e até bolsas, possivelmente roubadas de quem passava pelo local. A incidência de roubos e furtos cometidos pelos usuários é grande. Uma das vítimas, segundo apurou a reportagem, teria sido um secretário da atual gestão, no farol que dá acesso às duas estradas.
Moradores afirmam que sofrem também com a gritaria e o barulho de batidas na porta durante a madrugada, provocados pelos dependentes químicos em busca de abrigo ou até mesmo em momentos de delírio, um dos principais efeitos da droga, segundo um ex-usuário que conversou com a reportagem. “A sensação é de euforia, ansiedade, mas é momentânea. Se assemelha a uma picada”, afirmou.
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