O velório e enterro da jovem Taboanense Bruna Souza Maioli de
23 anos, no final da tarde desta terça-feira (29), no Cemitério Valle dos Reis
foi marcado por muita comoção e saudade. Cheia de vida e sonhos, a estudante de
Farmácia é lembrada pelos familiares e amigos como a menina do sorriso largo,
sempre pronta a ajudar. “Ela era muito prestativa, as vezes não precisava nem
pedir. Dizem que Deus só quer pessoas boas junto à Ele. Agora ela é um anjo”,
disse a tia de seu praticamente marido. Bruna morreu em decorrência de uma parada
cardiorrespiratória na noite da última segunda-feira (28).
Familiares afirmam
que médicos do Hospital particular Family, já haviam diagnosticado dengue
hemorrágica, mas com uma leve melhora, a mandaram para casa, na manhã do mesmo
dia. Por volta das 19h, ela retornou já com vômitos incessantes e febre alta,
além de sangramento. De acordo com a família, ela seria transferida para outro
hospital, mas acabou falecendo antes, às 22h10.
O pai da jovem, Jorge Maioli contou à reportagem que o
hospital constatou que sua filha estava com as plaquetas baixas. Sua cunhada,
Andréia frisou que saia sangue pelo nariz da jovem e hematomas roxos pelo corpo
todo. “Os médicos saíram todos lavados de sangue de dentro da UTI. Onde
tentaram reanimá-la da parada cardiorrespiratória, mas não conseguiram”,
explicou. A nota oficial da prefeitura, porém aponta que em atendimento, consta
exame clínico em que a vítima negou que estava sangrando e o exame laboratorial
mostra plaquetas normais, o que não seria o indicativo de processo hemorrágico.
A certidão de óbito da jovem constava causa indeterminada de
morte, porém aguarda exames complementares. O exame deve sair no próximo
sábado, 6º dia após a realização. Em nota oficial da prefeitura, consta que os
exames laboratoriais não são característicos de dengue. “É obrigatório
pensarmos em alguns diagnósticos diferenciáveis como meningococcemia,
leptospirose, H1N1 e a dengue, [como a família afirma]”.
O sogro da vítima, Cláudio ressaltou que a jovem chegou a cuidar
dele, seu filho (noivo) e sogra dela, também diagnosticados com dengue, e
infelizmente foi contaminada e não conseguiu se cuidar e escapar da morte. “Fui
na UPA e afirmaram que era virose, quando disse que era enfartado, fizeram
exames específicos e constataram a dengue”, reclamou.
Era grande a revolta dos familiares. Eles exigiam ações da
prefeitura municipal a fim de eliminar o foco da doença, que de acordo com
eles, está na biquinha (onde pegam água) e piscinão (bem próximo a casa deles).
“Sou comerciante e morador de Taboão há 26 anos. Estou cansado e vou embora.
Foi avisado que tinha surto de dengue e nada foi feito”, disse.
A reportagem pesquisou na internet sobre os sintomas da
dengue hemorrágica. Os sintomas iniciais são
parecidos com os da dengue clássica, e somente após o terceiro ou quarto dia
surgem hemorragias causadas pelo sangramento de pequenos vasos da pele e outros
órgãos.
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