4 de abril de 2014

Ex-aluno da GCM permanece paraplégico, mas não perde as esperanças de voltar a andar

É a esperança de voltar a andar que move a vida de Evandro Fabrício Ramos, de 35 anos. Ativo, cheio de vida e trabalhador, o ex-aluno da GCM, está paraplégico, encima de uma cadeiras de rodas e se submetendo a tratamentos para retomar a rotina sem as limitações que o acompanha desde que caiu dentro de um fosso de elevador, com três metros de altura, durante treinamento para o Curso de Formação da corporação em um prédio abandonado, no bairro Parque Marabá, dia 14 de novembro em Taboão da Serra.

"A expectativa é de que eu volte a andar daqui 5 meses. Acho que não vou sair do tratamento já andando", avaliou. Evandro, apesar de não perder as esperanças, disse ter consciência de que sua vida social e profissional não será mais a mesma. "Posso trabalhar em serviços administrativos, que não contenha escadas. Vou ficar com sequelas e não voltarei a ficar 100%", desabafou.

Em tratamento desde março na clínica de reabilitação "Lucy Montoro", Evandro observa uma pequena melhora em seus movimentos das pernas, especialmente a direita. "A esquerda ainda está muito fraca. Não consigo ficar em pé nem por 3 minutos, mesmo com sustentação", contou. Ele disse que sente dores e que os movimentos acabam sendo mais limitados devido a placa de metal de 10 centímetros e oito parafusos que precisou colocar em sua coluna.

Segundo o ex-aluno da GCM, falta um mês para acabar o tratamento. Neste período não precisou comprar remédio para as movimentações voluntárias que tem em suas pernas, conhecidas como [espasmos], "que ao mesmo tempo que são bons, porque mandam informações para as pernas, tiram meu equilíbrio ao ficar em pé", explicou. "Volto para a casa de 15 em 15 dias e com o fim do tratamento no início de maio, vou precisar comprar o remédio Baclofen, porque a secretaria de Saúde da cidade, não tem", disse. Ele toma uma caixa com 20 comprimidos a cada 4 dias, o custeio de cada unidade é cerca de R$ 30,00.

Apesar de tantas limitações, Evandro apresentou uma grande melhora desde a primeira reportagem, quando estava em uma cama e as necessidades fisiológicas só conseguia fazer com a ajuda de enfermeiras. Ele já está ganhando independência para trocar de roupas e tomar banhos, por exemplo.

O transporte até a clínica é feito pela prefeitura. De três em três meses é submetido a perícia no TaboãoPrev, de onde recebe por mês cerca de R$ 1.300,00, por tempo indeterminado. Os laudos médicos apontam que não há previsão de alta de sua reabilitação.  Evandro permanece afastado do seu outro trabalho, como professor de educação física e devido a isso, seu salário diminuiu mais que a metade. "Tirava R$ 3.000,00 por mês", disse. 

Relembre aqui

Evandro estava com mais três colegas em treinamento no prédio. No momento da queda, uma simulação de prisão era realizada. Ele estava na cobertura do companheiro, viu uma movimentação estranha e por instinto de proteção, deu um passo para trás e acabou caindo no fosso. 

Na época afirmou que o comando da GCM não avisou de forma prévia a presença do fosso. De acordo com ele, nem ao menos havia sinalização no local. “Nem imaginava que tinha elevador no local. Nem ao menos conhecia ali. Não vi nenhuma sinalização e eles não informaram nada antes de começar o treinamento”, disparou.





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