O surto de dengue que acomete diversos bairros de Taboão da
Serra levou a morte a jovem Bruna Maioli de 23 anos. Ela faleceu na noite da
última segunda-feira (28) após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Com febre
alta e vômito, Bruna procurou atendimento médico no Hospital particular Family, foi
medicada e liberada, porém piorou instantes depois e ao voltar à unidade acabou
falecendo.
A jovem é moradora de uma das residências na rua Virgilio
Bento de Queiroz, bairro Jardim Record (bem próximo ao Saporito). A estudante é
a quarta pessoa da família a contrair a dengue. “Primeiro minha esposa, eu em
segundo, meu filho e minha nora que acabou de sair daqui no carro da funerária”,
falou o sogro da jovem.
Na porta do hospital, a família da jovem cobrava ações de
prevenção para a não proliferação da doença por parte da Prefeitura Municipal.
De acordo com eles, “todo mundo falando que alguns bairros estavam com epidemia
de dengue e ninguém tomou providência. Nenhuma”, disse.
O irmão de Bruna - Leandro, afirmou que o hospital já sabia que a jovem
estava com dengue, porém mesmo assim foi liberada. “Ela foi levada para o
hospital já fria e com a parada, tentaram reanima-la, mas ela acabou falecendo”,
contou. De acordo com ele, sua irmã tinha acabado de se formar em fisioterapia e
começar farmácia, estava noiva e ia casar ano que vem, com o seu primeiro
namorado. “Precisam (poder público) dar valor ao ser humano. Estamos sofrendo
enquanto isso, eles só ganham os impostos e não fazem nada”, desabafou choroso.
O Hospital informou que um laudo ainda vai confirmar se a
morte de Bruna foi mesmo causada pela dengue. Porém familiares dela afirmaram
que funcionários do hospital confirmaram que ela estava infectada com a doença.
O corpo da jovem está no Instituto Médico Legal para ser
submetido a Autopsia e será velado e enterrado no Cemitério Vale dos Reis.
Na cidade a prefeitura confirmou 54 casos da doença e 271 em
investigação. Dona Leonira de 65 anos também moradora da cidade, aguardava o
resultado do exame para ver se estava infectada com a doença. A reportagem foi
da TV Bandeirantes e postada aqui no blog A Notícia em Questão! – relembre aqui.
Na ocasião a secretária de Saúde, Raquel Zaicaner frisou que
o exame demora de 10 a 15 dias, para ter o retorno do laboratório oficial do
Estado. Constantemente, moradores denunciam locais públicos abandonados e
cobram providências da prefeitura. Leandro, irmão da jovem falou do piscinão
bem próximo a casa deles. Comentou que lá a água ficou muito tempo parada e
pode ter sido o principal foco do mosquito, já que muitos moradores dali estão
com a doença. “O sogro, sogra, noivo dela também foram diagnosticados com a
doença”, pontuou.
Nota oficial da Prefeitura
Nota de esclarecimento
A Prefeitura de Taboão da Serra esclarece que a munícipe Bruna Souza
Maioli, de 23 anos, entrou no hospital particular Family às 07h53, do dia 28 de
abril. Em seu atendimento, consta exame clínico em que a mesma nega sangramento
e refere febre há quatro dias e vômitos e diarreia há um dia. O exame
laboratorial mostra plaquetas normais, o que não é indicativo de processo
hemorrágico. A paciente foi medicada e liberada pelo hospital, referindo
melhora do quadro, às 13h.
No mesmo dia, às 19h18, retornou ao hospital, e neste momento seu exame
clínico já demonstrava estar com hipotensão, baixa saturação de oxigênio e
queixa de vômitos incontroláveis há cerca de seis horas. Às 22h10 a paciente
apresentou parada cardiorrespiratória.
Os exames laboratoriais não são característicos de dengue. É obrigatório
pensarmos em alguns diagnósticos diferenciáveis como meningococcemia,
leptospirose, H1N1 e dengue. O exame necrológico não permite chegar a um
diagnostico conclusivo e, portanto, o material colhido para este fim foi
encaminhado ao Instituto Adolpho Lutz.
Dados oficiais sobre a dengue no município
A Prefeitura de Taboão da Serra esclarece que existe uma diferença entre
“Casos confirmados” e “Notificações de Casos”. De acordo com o Departamento de
Vigilância Epidemiológica, no município até o dia de hoje foram confirmados 56
casos de dengue, dos quais 45 são autóctones (do próprio município) e 11
importados. A confirmação só é feita após a devolutiva do exame sorológico,
cuja análise é feita pelo Instituto Adolfo Lutz. Segundo o Ministério da Saúde
para a caracterização de surto são necessários 252 casos confirmados.
Porém, independente do resultado das sorologias realizadas, o município
está tratando cada caso suspeito como se fosse confirmado.
Dos 56 casos confirmados, 100% das residências já foram “bloqueadas”.
Quanto as Notificações de Casos, 60% dos locais já foram vistoriados e
bloqueados.
Quando acompanhamos a evolução dos casos de dengue em
nossa cidade verificamos uma diminuição dos casos suspeitos a cada semana. Na
semana epidemiológica número 15, nosso coeficiente de incidência era de 9,5 e
na semana 16, que encerrou em 22 de abril, este coeficiente caiu para 3,2.
A Prefeitura de Taboão da Serra está, neste momento, em alerta quanto à
situação da dengue em toda a nossa cidade. O aumento do número de casos
notificados e confirmados é uma realidade e a Secretaria Municipal de Saúde não
tem medido esforços para minimizar a possibilidade da ocorrência de uma
epidemia como ocorre em outros locais do Estado de São Paulo e de todo o país,
conforme amplamente noticiado nos veículos de mídia nacional.
A estratégia utilizada para redução dos riscos de transmissão engloba
ações de orientação da população quanto a criadouros do mosquito como vasos de
plantas, caixas d’água, pneus e outros. Estas atividades são realizadas durante
todo o ano através da visita de agentes da Zoonoses. Palestras na comunidade e
panfletagem com abordagem do tema também constituem um importante elo de ação
preventiva.
Por último, gostaríamos de salientar que a situação da dengue em nosso
município está sob controle dos órgãos responsáveis. Embora haja um aumento,
esperado para esta época do ano, a doença permanece restrita aos locais citados
e não há necessidade de pânico. A expectativa é que com a chegada do inverno, e
consequente diminuição da reprodução do mosquito que é sensível ao frio, haja
também a diminuição dos casos de dengue.
Realmente, depender de hospital público de São Paulo não é nada agradável pra ninguém. Alguns se ilude com oque o governo oferece e esquecem que ao mesmo tempo que eles dão nos tira rapidamente com impostos altíssimos.
ResponderExcluirAlem disso, os profissionais de hoje visa apenas o Valor $$$$, lamentável viver em uma cidade gigante como esta e encontrar poucos profissionais na medicina, que realmente veste um avental branco cumprindo seu papel. (Seja publico ou não).