29 de abril de 2014

Jovem Taboanense com dengue morre em hospital da cidade

O surto de dengue que acomete diversos bairros de Taboão da Serra levou a morte a jovem Bruna Maioli de 23 anos. Ela faleceu na noite da última segunda-feira (28) após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Com febre alta e vômito, Bruna procurou atendimento médico no Hospital particular Family, foi medicada e liberada, porém piorou instantes depois e ao voltar à unidade acabou falecendo.

A jovem é moradora de uma das residências na rua Virgilio Bento de Queiroz, bairro Jardim Record (bem próximo ao Saporito). A estudante é a quarta pessoa da família a contrair a dengue. “Primeiro minha esposa, eu em segundo, meu filho e minha nora que acabou de sair daqui no carro da funerária”, falou o sogro da jovem.

Na porta do hospital, a família da jovem cobrava ações de prevenção para a não proliferação da doença por parte da Prefeitura Municipal. De acordo com eles, “todo mundo falando que alguns bairros estavam com epidemia de dengue e ninguém tomou providência. Nenhuma”, disse.

O irmão de Bruna - Leandro, afirmou que o hospital já sabia que a jovem estava com dengue, porém mesmo assim foi liberada. “Ela foi levada para o hospital já fria e com a parada, tentaram reanima-la, mas ela acabou falecendo”, contou. De acordo com ele, sua irmã tinha acabado de se formar em fisioterapia e começar farmácia, estava noiva e ia casar ano que vem, com o seu primeiro namorado. “Precisam (poder público) dar valor ao ser humano. Estamos sofrendo enquanto isso, eles só ganham os impostos e não fazem nada”, desabafou choroso.

O Hospital informou que um laudo ainda vai confirmar se a morte de Bruna foi mesmo causada pela dengue. Porém familiares dela afirmaram que funcionários do hospital confirmaram que ela estava infectada com a doença.

O corpo da jovem está no Instituto Médico Legal para ser submetido a Autopsia e será velado e enterrado no Cemitério Vale dos Reis.

Na cidade a prefeitura confirmou 54 casos da doença e 271 em investigação. Dona Leonira de 65 anos também moradora da cidade, aguardava o resultado do exame para ver se estava infectada com a doença. A reportagem foi da TV Bandeirantes e postada aqui no blog A Notícia em Questão! – relembre aqui.

Na ocasião a secretária de Saúde, Raquel Zaicaner frisou que o exame demora de 10 a 15 dias, para ter o retorno do laboratório oficial do Estado. Constantemente, moradores denunciam locais públicos abandonados e cobram providências da prefeitura. Leandro, irmão da jovem falou do piscinão bem próximo a casa deles. Comentou que lá a água ficou muito tempo parada e pode ter sido o principal foco do mosquito, já que muitos moradores dali estão com a doença. “O sogro, sogra, noivo dela também foram diagnosticados com a doença”, pontuou.

Nota oficial da Prefeitura

Nota de esclarecimento

A Prefeitura de Taboão da Serra esclarece que a munícipe Bruna Souza Maioli, de 23 anos, entrou no hospital particular Family às 07h53, do dia 28 de abril. Em seu atendimento, consta exame clínico em que a mesma nega sangramento e refere febre há quatro dias e vômitos e diarreia há um dia. O exame laboratorial mostra plaquetas normais, o que não é indicativo de processo hemorrágico. A paciente foi medicada e liberada pelo hospital, referindo melhora do quadro, às 13h.
No mesmo dia, às 19h18, retornou ao hospital, e neste momento seu exame clínico já demonstrava estar com hipotensão, baixa saturação de oxigênio e queixa de vômitos incontroláveis há cerca de seis horas. Às 22h10 a paciente apresentou parada cardiorrespiratória.
Os exames laboratoriais não são característicos de dengue. É obrigatório pensarmos em alguns diagnósticos diferenciáveis como meningococcemia, leptospirose, H1N1 e dengue. O exame necrológico não permite chegar a um diagnostico conclusivo e, portanto, o material colhido para este fim foi encaminhado ao Instituto Adolpho Lutz. 

Dados oficiais sobre a dengue no município
A Prefeitura de Taboão da Serra esclarece que existe uma diferença entre “Casos confirmados” e “Notificações de Casos”. De acordo com o Departamento de Vigilância Epidemiológica, no município até o dia de hoje foram confirmados 56 casos de dengue, dos quais 45 são autóctones (do próprio município) e 11 importados. A confirmação só é feita após a devolutiva do exame sorológico, cuja análise é feita pelo Instituto Adolfo Lutz. Segundo o Ministério da Saúde para a caracterização de surto são necessários 252 casos confirmados.
Porém, independente do resultado das sorologias realizadas, o município está tratando cada caso suspeito como se fosse confirmado.
Dos 56 casos confirmados, 100% das residências já foram “bloqueadas”. Quanto as Notificações de Casos, 60% dos locais já foram vistoriados e bloqueados.

Quando acompanhamos a evolução dos casos de dengue em nossa cidade verificamos uma diminuição dos casos suspeitos a cada semana. Na semana epidemiológica número 15, nosso coeficiente de incidência era de 9,5 e na semana 16, que encerrou em 22 de abril, este coeficiente caiu para 3,2.

A Prefeitura de Taboão da Serra está, neste momento, em alerta quanto à situação da dengue em toda a nossa cidade. O aumento do número de casos notificados e confirmados é uma realidade e a Secretaria Municipal de Saúde não tem medido esforços para minimizar a possibilidade da ocorrência de uma epidemia como ocorre em outros locais do Estado de São Paulo e de todo o país, conforme amplamente noticiado nos veículos de mídia nacional.

A estratégia utilizada para redução dos riscos de transmissão engloba ações de orientação da população quanto a criadouros do mosquito como vasos de plantas, caixas d’água, pneus e outros. Estas atividades são realizadas durante todo o ano através da visita de agentes da Zoonoses. Palestras na comunidade e panfletagem com abordagem do tema também constituem um importante elo de ação preventiva. 

Por último, gostaríamos de salientar que a situação da dengue em nosso município está sob controle dos órgãos responsáveis. Embora haja um aumento, esperado para esta época do ano, a doença permanece restrita aos locais citados e não há necessidade de pânico. A expectativa é que com a chegada do inverno, e consequente diminuição da reprodução do mosquito que é sensível ao frio, haja também a diminuição dos casos de dengue.



Um comentário:

  1. Realmente, depender de hospital público de São Paulo não é nada agradável pra ninguém. Alguns se ilude com oque o governo oferece e esquecem que ao mesmo tempo que eles dão nos tira rapidamente com impostos altíssimos.
    Alem disso, os profissionais de hoje visa apenas o Valor $$$$, lamentável viver em uma cidade gigante como esta e encontrar poucos profissionais na medicina, que realmente veste um avental branco cumprindo seu papel. (Seja publico ou não).

    ResponderExcluir