Completa
nesta segunda-feira (16), uma semana e três dias que o paciente Nelson Pereira
Souza de 28 anos aguarda uma vaga para psiquiatria no Hospital Geral do
Pirajuçara. Ele está internado no Pronto Socorro central de Embu das Artes
desde o dia 6 deste mês. Devido à demora para conseguir a transferência o jovem
deve receber alta médica na próxima quarta, 18, apesar de precisar tanto de
tratamento.
A família já
não sabe o que fazer para conseguir o acompanhamento médico dele e se vê mais
uma vez em risco, tudo porque Nelson quando tem ataques bate na esposa e até em
sua mãe. Ele foi diagnosticado com transtorno bipolar a três anos no Hospital
do Campo Limpo. Durante seis meses fez tratamento no Centro de Atenção
Psicosocial (CAPS) de Embu, onde reside com a família.
Reagindo ao
tratamento com muita agressividade, Nelson chegou até a fugir do pronto socorro
no sábado. Mesmo a base de remédios ele foi até onde mora e agrediu sua mãe. Sua
família chamou a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel (SAMU), que levaram o
jovem novamente para o PS. Desde então, familiares pediram para que ele ficasse
amarrado.
“Ele voltou
no sábado, mas tive que vir novamente domingo aqui para pedir que ele fosse
amarrado. Assim que ele voltou, representantes do PS afirmaram que não tinham
qualquer responsabilidade diante dele, a partir do momento que ele fugisse”,
denunciou Samanta, esposa do paciente.
Nestes 10 dias internado Nelson foi diagnosticado com pneumonia. A família dele reclamou
das condições do Pronto Socorro, desde quando ele deu entrada. “Ele chegou a
ficar dois dias com a mesma fralda e em um quarto sujo por dias também. Tem
funcionários que querem e outros que nem pensam em trabalhar”, afirmou sua
esposa.
A
reportagem questionou um dos diretores da Associação Paulista de Medicina (SPDM)
gestora do Hospital Geral do Pirajuçara, Jorge Salomão nesta segunda. De acordo
com ele, o HGP conta com dez leitos de psiquiatria, mas devido a reforma do
Pronto Socorro, esse número diminuiu, porém não entrou em detalhes de quantos
foram reduzidos. “Isso acontece de forma temporária”, explicou.
Salomão
explicou que outras soluções devem ser utilizadas ao invés da internação psiquiátrica.
“Investimentos nos CAPS, antes dos casos se tornarem graves”, pontuou. Ainda
ressaltou que enquanto o paciente aguarda vaga deve ser tratado nos Prontos
Socorros que pede vagas quando o caso tem certa dificuldade. “Nestes casos de
psiquiatria a vaga não precisa ser imediata, como nos casos dos baleados, por
exemplo”.
Além da
reforma do Pronto Socorro do Hospital, o diretor salientou que está pedindo a
duplicação de leitos de UTI de pediatria (cinco para dez), adulto e pré-natal
(dez para 20).
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