16 de dezembro de 2013

Paciente aguarda internado vaga para psiquiatria no HGP há mais de uma semana

Completa nesta segunda-feira (16), uma semana e três dias que o paciente Nelson Pereira Souza de 28 anos aguarda uma vaga para psiquiatria no Hospital Geral do Pirajuçara. Ele está internado no Pronto Socorro central de Embu das Artes desde o dia 6 deste mês. Devido à demora para conseguir a transferência o jovem deve receber alta médica na próxima quarta, 18, apesar de precisar tanto de tratamento.

A família já não sabe o que fazer para conseguir o acompanhamento médico dele e se vê mais uma vez em risco, tudo porque Nelson quando tem ataques bate na esposa e até em sua mãe. Ele foi diagnosticado com transtorno bipolar a três anos no Hospital do Campo Limpo. Durante seis meses fez tratamento no Centro de Atenção Psicosocial (CAPS) de Embu, onde reside com a família.

Reagindo ao tratamento com muita agressividade, Nelson chegou até a fugir do pronto socorro no sábado. Mesmo a base de remédios ele foi até onde mora e agrediu sua mãe. Sua família chamou a polícia e o Serviço de Atendimento Móvel (SAMU), que levaram o jovem novamente para o PS. Desde então, familiares pediram para que ele ficasse amarrado.

“Ele voltou no sábado, mas tive que vir novamente domingo aqui para pedir que ele fosse amarrado. Assim que ele voltou, representantes do PS afirmaram que não tinham qualquer responsabilidade diante dele, a partir do momento que ele fugisse”, denunciou Samanta, esposa do paciente.

Nestes 10 dias internado Nelson foi diagnosticado com pneumonia. A família dele reclamou das condições do Pronto Socorro, desde quando ele deu entrada. “Ele chegou a ficar dois dias com a mesma fralda e em um quarto sujo por dias também. Tem funcionários que querem e outros que nem pensam em trabalhar”, afirmou sua esposa.

A reportagem questionou um dos diretores da Associação Paulista de Medicina (SPDM) gestora do Hospital Geral do Pirajuçara, Jorge Salomão nesta segunda. De acordo com ele, o HGP conta com dez leitos de psiquiatria, mas devido a reforma do Pronto Socorro, esse número diminuiu, porém não entrou em detalhes de quantos foram reduzidos. “Isso acontece de forma temporária”, explicou.

Salomão explicou que outras soluções devem ser utilizadas ao invés da internação psiquiátrica. “Investimentos nos CAPS, antes dos casos se tornarem graves”, pontuou. Ainda ressaltou que enquanto o paciente aguarda vaga deve ser tratado nos Prontos Socorros que pede vagas quando o caso tem certa dificuldade. “Nestes casos de psiquiatria a vaga não precisa ser imediata, como nos casos dos baleados, por exemplo”.

Além da reforma do Pronto Socorro do Hospital, o diretor salientou que está pedindo a duplicação de leitos de UTI de pediatria (cinco para dez), adulto e pré-natal (dez para 20).

Na ocasião, a secretária de Saúde, Raquel Zaicaner preferiu não responder o questionamento diante da falta de vagas para internação psiquiátrica. A prefeitura de Embu das Artes também foi procurada desde a última sexta, por meio de telefone e e-mail, mas até o fechamento da matéria não retornou os questionamentos.




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