4 de dezembro de 2013

Aluno fica paraplégico ao cair em fosso de elevador durante treinamento da GCM de Taboão

A expectativa de dois anos para se tornar Guarda Municipal de Taboão da Serra terminou de forma trágica para Evandro Fabrício Ramos de 34 anos. Ele caiu dentro de um fosso de elevador, com três metros de altura, enquanto treinava para o Curso de Formação em um prédio abandonado, localizado na rua Diogo Macedo, bairro Parque Marabá. Com a queda ficou paraplégico. Nesta quarta (4), começou a fisioterapia e fez perícia técnica pelo TaboãoPrev.

Com muitas dores e afastado do seu outro trabalho, como professor de educação física, ele afirmou que o comando da GCM não avisou de forma prévia a presença do fosso. De acordo com ele, nem ao menos havia sinalização no local. “Nem imaginava que tinha elevador no local. Nem ao menos conhecia ali. Não vi nenhuma sinalização e eles não informaram nada antes de começar o treinamento”, afirmou.

Evandro estava com mais três colegas em treinamento no prédio. No momento da queda, uma simulação de prisão era realizada. Ele estava na cobertura do companheiro, viu uma movimentação estranha e por instinto de proteção, deu um passo para trás e acabou caindo no fosso. O Samu foi chamando pelo comandante Leonel. Depois de ser levado ao Pronto Socorro do Antena e Hospital Geral, ele deu entrada no Hospital São Paulo onde ficou internado menos de uma semana, do dia 14 (data do acidente) a 20 de novembro.

No Hospital, ele foi submetido a uma cirurgia na coluna, que recebeu 5 pinos. Desde então está em uma cama. As necessidades fisiológicas são feitas com ajuda de enfermeira ou sonda de alívio, como no caso do xixi, que é somente de cinco em cinco horas. Evandro está também com muitas dores no tórax e não consegue ficar sentado por muito tempo. A sua família e os guardas da mesma turma têm o ajudado bastante.

A cama foi comprada por ele, mas os guardas é que se propuseram a pagar. De acordo com Evandro, o secretário se prontificou em conseguir a cama, porém como teria demorado um pouco e estava precisando muito, ele decidiu comprar. Ele é levado para a fisioterapia no Hospital Geral ou médico por ambulâncias disponibilizadas pela prefeitura.

Na última sexta-feira (29), 37 guardas da sua turma se formaram no Ginásio de Esportes. Evandro contou que queria muito ter ido, porém com dores e dificuldade para permanecer sentado por algumas horas, decidiu não ir à celebração. Dias antes, em relato emocionado, ele recebeu a sua farda. “Não via a hora de ir para a rua. Eram quatro meses de curso e mais dois esperando o tão sonhado momento de se tornar GCM”, disse.

Humilde, guerreiro e sem perder as esperanças em voltar a andar, Evandro disse ter aceitado a maneira que está agora como uma fase. Afirmou que trabalha a mente dia após dia, tendo a consciência de que ela precisa estar bem para melhorar o mais rápido possível. Ele credita em Deus a sua superação de vida. “Recebo todos bem. Faço piadas. Apesar das sensações, não consigo me movimentar. Acredito que é um bom sinal, porém os médicos não descartaram sequelas após a recuperação”, relatou.

Em relação a parte dos equipamentos, ele adiantou que a prefeitura fez as medidas e vai entregar em Janeiro, como a cadeira de banho mais confortável.

Em nota, o comandante da corporação, Leonel Vieira, afirmou que o local onde foi feita a instrução estava devidamente interditado com sinalizadores de fácil percepção e os alunos GCMs foram amplamente alertados e proibidos de acessarem os pontos restritos.


De acordo com ele, o treinamento fazia parte da disciplina: “Procedimento e Técnicas Operacionais de Policiamento Preventivo e Comunitário”, que integra o conteúdo programático do Curso de Formação.

O comandante afirmou ainda que a Prefeitura tem dado toda a assistência necessária ao servidor desde o ocorrido, o que inclui sua transferência para o Hospital São Paulo, onde passou por cirurgia, o agendamento de suas sessões de fisioterapia e seu transporte para o procedimento, além de acompanhamento psicológico.


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