28 de janeiro de 2014

Economize água; nível de represas na Cantareira é o pior em 10 anos, aponta Sabesp

Por causa da falta de chuva recorde em 84 anos e calor acima da média os níveis das represas em São Paulo estão abaixo da média. O Sistema Cantareira, formado por quatro represas e responsável por abastecer parte do município de Taboão da Serra está com 23% de sua capacidade, nesta terça-feira (28). Na mesma data de 2011, o nível era de 94,3%; em 2012 era de 74,8% e em 2013, 52,3%. A situação é a pior dos últimos 10 anos, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).

A situação é considerada crítica pela companhia, uma vez que só vem piorando desde dezembro do ano passado, quando choveu só 83 milímetros - segundo Instituto Nacional de Meteorologia. De acordo com a Sabesp, o mês passado foi o que registrou menor índice de chuvas nos últimos 84 anos.

A companhia afirma que é essencial que moradores evitem o desperdício. Entre as principais dicas diárias para economizar estão: tomar banhos rápidos e fechar a torneira ao ensaboar; lavar a louça de uma vez e feche a torneira ao ensaboar; não lavar a calçada e o quintal, mas sim usar a vassoura; ao lavar o carro, usar um balde; acumular roupas para lavar na máquina de uma só vez e, por fim deixar a torneira fechada ao escovar os dentes e fazer a barba.

A falta de água é recorrente nas cidades da região. Bairros de Taboão ficaram sem o abastecimento de sábado a domingo de madrugada. Quase todo o final de semana na cidade, há manutenção. Em Itapecerica e Embu das Artes, o Parque Paraíso e Casa Branca, respectivamente, chegaram a ficar três dias consecutivos, sem o fornecimento. Já o Campo Limpo, está sem água há seis dias.

Com esse calor, realmente é muito difícil conviver sem a água. Quando ela chega nas torneiras, o uso em abundância é intenso, ainda mais nesta época do Verão. Há famílias que tomam de quatro a seis banhos por dia. Porém, esse desperdício parece mesmo é estar com os dias contados. Você já imaginou se esse tempo sem o abastecimento se estender ainda mais?

Em nota oficial a Sabesp informa as causas dessa situação preocupante:

- o ano de 2013 registrou apenas 1.090 milímetros de chuva nas quatro represas que formam o Sistema Cantareira. A média histórica anual é de 1.566 milímetros. Ou seja, não choveu nem 70% do esperado. Em 9 dos 12 meses a precipitação foi inferior ao que deveria;

- o mês de dezembro de 2013 foi especialmente ruim: teve 62 milímetros de chuva, quando a média histórica é de 226 milímetros. Foi o pior mês de dezembro desde que a medição começou a ser feita, há 84 anos;

- janeiro de 2014 segue o mesmo caminho; normalmente as chuvas chegam a 300 milímetros, mas o índice estava em 81 milímetros no dia 22;

- o período chuvoso, que enche as represas, vai de outubro a março; mas de outubro de 2013 para cá, a chuva tem ficado 50% abaixo do esperado, e as previsões de que os temporais chegariam não têm se confirmado;

- as temperaturas estão 5% acima da média histórica em janeiro, e como não chove (o que ajudaria a baixar a temperatura), o consumo de água acaba se mantendo em nível elevado o dia todo.

É o terceiro verão consecutivo com chuvas menores do que o esperado. O período chuvoso, que vai de outubro a março, serve para alimentar as represas. Durante a estiagem (de abril a setembro), a água estocada no verão é utilizada para abastecer a população. É como se fosse uma caixa-d’água residencial, só que em proporções enormes: as quatro represas do Sistema Cantareira podem armazenar quase 1 trilhão de litros de água.

Outro fator importante é que não adianta chover forte na cidade de São Paulo, pois não há como represar essa água para aproveitá-la depois para abastecimento. É como deixar a torneira aberta sem uma vasilha embaixo: a água vai embora pelo ralo e não pode ser aproveitada. E não existe mais possibilidade de criar uma represa na capital, pois o espaço necessário é imenso. Seria como construir uma nova Guarapiranga em São Paulo.

Diante desse cenário crítico, é essencial que cada morador colabore. A Sabesp pede que a população evite o desperdício.




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