Por causa
da falta de chuva recorde em 84 anos e calor acima da média os níveis das
represas em São Paulo estão abaixo da média. O Sistema Cantareira, formado
por quatro represas e responsável por abastecer parte do município de Taboão da
Serra está com 23% de sua capacidade, nesta terça-feira (28). Na mesma data de
2011, o nível era de 94,3%; em 2012 era de 74,8% e em 2013, 52,3%. A situação é
a pior dos últimos 10 anos, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado
de São Paulo (Sabesp).
A situação é
considerada crítica pela companhia, uma vez que só vem piorando desde dezembro
do ano passado, quando choveu só 83 milímetros - segundo Instituto Nacional de
Meteorologia. De acordo com a Sabesp, o mês passado foi o que registrou menor
índice de chuvas nos últimos 84 anos.
A companhia
afirma que é essencial que moradores evitem o desperdício. Entre as principais
dicas diárias para economizar estão: tomar banhos rápidos e fechar a torneira
ao ensaboar; lavar a louça de uma vez e feche a torneira ao ensaboar; não lavar
a calçada e o quintal, mas sim usar a vassoura; ao lavar o carro, usar um balde;
acumular roupas para lavar na máquina de uma só vez e, por fim deixar a
torneira fechada ao escovar os dentes e fazer a barba.
A falta de água
é recorrente nas cidades da região. Bairros de Taboão ficaram sem o
abastecimento de sábado a domingo de madrugada. Quase todo o final de semana na
cidade, há manutenção. Em Itapecerica e Embu das Artes, o Parque Paraíso e Casa
Branca, respectivamente, chegaram a ficar três dias consecutivos, sem o
fornecimento. Já o Campo Limpo, está sem água há seis dias.
Com esse
calor, realmente é muito difícil conviver sem a água. Quando ela chega nas
torneiras, o uso em abundância é intenso, ainda mais nesta época do Verão. Há
famílias que tomam de quatro a seis banhos por dia. Porém, esse desperdício
parece mesmo é estar com os dias contados. Você já imaginou se esse tempo sem o
abastecimento se estender ainda mais?
Em nota
oficial a Sabesp informa as causas dessa situação preocupante:
- o ano de
2013 registrou apenas 1.090
milímetros de chuva nas quatro represas que formam o
Sistema Cantareira. A média histórica anual é de 1.566 milímetros .
Ou seja, não choveu nem 70% do esperado. Em 9 dos 12 meses a precipitação foi
inferior ao que deveria;
- o mês de dezembro de 2013 foi especialmente ruim: teve 62 milímetros de
chuva, quando a média histórica é de 226 milímetros . Foi
o pior mês de dezembro desde que a medição começou a ser feita, há 84 anos;
- janeiro de 2014 segue o mesmo caminho; normalmente as
chuvas chegam a 300
milímetros , mas o índice estava em 81 milímetros no dia
22;
- o período chuvoso, que enche as represas, vai de outubro a
março; mas de outubro de 2013 para cá, a chuva tem ficado 50% abaixo do
esperado, e as previsões de que os temporais chegariam não têm se confirmado;
- as temperaturas estão 5% acima da média histórica em
janeiro, e como não chove (o que ajudaria a baixar a temperatura), o consumo de
água acaba se mantendo em nível elevado o dia todo.
É o terceiro verão consecutivo com chuvas menores do que o
esperado. O período chuvoso, que vai de outubro a março, serve para alimentar
as represas. Durante a estiagem (de abril a setembro), a água estocada no verão
é utilizada para abastecer a população. É como
se fosse uma caixa-d’água residencial, só que em proporções enormes: as quatro
represas do Sistema Cantareira podem armazenar quase 1 trilhão de litros de
água.
Outro fator importante é que não adianta chover forte na
cidade de São Paulo , pois não há como represar essa água
para aproveitá-la depois para abastecimento. É como deixar a torneira aberta sem uma vasilha
embaixo: a água vai embora pelo ralo e não pode ser aproveitada. E não existe
mais possibilidade de criar uma represa na capital, pois o espaço necessário é
imenso. Seria como construir uma nova
Guarapiranga em São Paulo .
Diante desse cenário crítico, é essencial que cada morador colabore.
A Sabesp pede que a população evite o desperdício.
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