23 de março de 2015

Coletores de lixo e varredores de rua de Taboão entram em greve por reajuste salarial e melhores condições de trabalho

Visando reajuste salarial de 12,73%, melhores condições de trabalho e benefícios, os coletores de lixo e varredores de rua que trabalham na empresa CAVO de Taboão da Serra, entraram em greve na manhã desta segunda-feira (23). A paralisação deles é por tempo indeterminado, segundo o presidente do Siemaco de Taboão, Cotia e região Donizete França.  “Eles (patrões) ofereceram 6,5% de reajuste, um índice abaixo da inflação anual (7,9%). Levamos essa proposta para os funcionários, eles não aceitaram e decidiram acatar a greve, pensada desde o dia 16/3”, explicou. Além de Taboão, Embu das Artes, Itapecerica, Cotia e região estão paralisados.

Segundo apurou a reportagem e afirmações dos próprios funcionários, a cidade conta com cerca de 60 coletores de lixo. 12 caminhões são utilizados para a realização do serviço, sendo que no momento 5 estão em manutenção, segundo os funcionários da coleta. Eles frisam que os caminhões estão em condições precárias e “rodam do jeito que der, já que falta freio direto, sempre aparecem tombados. Eles só querem cobrar, mas caminhão que é bom nada... Estão caindo aos pedaços”.  Ao todo 200 toneladas são recolhidas por dia. “Queremos que venha caminhões novos e que dê condições para a gente trabalhar. Porque se não fica difícil. Só falta boa vontade para arrumar caminhões, ou trazê-los novos”, opinou um motorista, que não quis se identificar.

Por volta de 70 funcionários varrem as ruas da cidade. Os varredores foram diminuídos de 50 a 60% desde o final do ano passado, segundo Donizete. “A Cavo alegou que faltou verba no orçamento da Prefeitura para continuar fazendo varrição e teve demissões dos varredores em 50 a 60%” afirmou. O que na prática representa, que “tem varredores que fazem três setores por dia... Se ele varria 5km, tá fazendo 15 km por dia”.

Os funcionários da Cavo, ainda afirmaram que há algumas semanas atrás o telhado do banheiro quebrou, devido à queda de uma árvore, e desde então não houve o conserto e não tem bebedouro decente. O salário do coletor é em torno de 1.600 reais, já dos varredores R$ 1.400.

Uma nova audiência de conciliação será realizada na tarde da próxima terça-feira (24) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Pode haver um acordo entre o sindicato e os patrões, ou a continuação da greve.

Nota oficial da Cavo

A Cavo informou, por meio de nota oficial, que as negociações coletivas referentes aos empregados de limpeza urbana do município de Taboão da Serra vem sendo conduzida pelo sindicatos patronal e dos trabalhadores. A última proposta feita pelo sindicato patronal (Selur) elevou o reajuste para 7,68% sobre os salários e benefícios, equivalente à inflação. Considerando a rejeição da proposta pelos trabalhadores (Siemaco) e o aviso de greve, a Selur obteve, junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), liminar para garantir a operação com efetivo mínimo de 70% dos trabalhadores de coleta e varrição e 100% dos que trabalham com resíduos hospitalares e em aterros sanitários.

Com relação à operação da Cavo em Taboão da Serra é importante destacar que os trabalhadores não estão 100% favoráveis à greve, mas estão sendo impedidos de trabalhar, já que a garagem da Cavo na cidade foi bloqueada por veículos do Siemaco, inviabilizando a entrada e saída das pessoas e dos caminhões da coleta. A Cavo registrou  boletim de ocorrência e está acionando o TRT, já que a atitude desrespeita a decisão judicial em vigor, da qual o sindicato foi devidamente notificado. A companhia entende a relevância de seus serviços para a saúde pública e tem feito tudo o que está ao seu alcance para que a situação seja solucionada o mais breve.






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