29 de março de 2015

Após ir 4 vezes na UPA e 2 no Antena, sem diagnóstico correto e exames específicos, jovem do Trianon morre vítima de possível Dengue Hemorrágica

Foram marcados por extrema comoção, saudade e inconformidade pela perda o velório e enterro do gesseiro Hélio Milke da Silva, de 29 anos, na manhã deste domingo (29), no Cemitério da Saudade em Taboão da Serra. A família dele acusa o Pronto Socorro do Antena de negligência médica, assim como a Unidade de Pronto Atendimento (UPA Akira Tada). Ele foi socorrido até o Antena por duas vezes, na terça “esperou 5h30 para ser atendido e não passou pelo médico” e na sexta onde permaneceu internado até sua morte causada possivelmente por duas paradas cardiorrespiratórias seguidas, 8h45 da manhã de sábado”. 4 vezes Hélio foi levado para a UPA, porém somente na 3ª vez é que pediram exame de sangue e urina “apesar das alterações, nenhum exame complementar foi solicitado e fomos liberados para casa”.

Não contendo a tristeza, a viúva do jovem, Geoflezia Muniz de 22 anos conta que o médico do plantão de sexta, no PS Antena “riu de sua cara ao afirmar que pressão baixa não era motivo para internação”. Entretanto ela o questionou, afinal os 2.5 litros de soro receitados “não estavam fazendo efeito e parecia que seu esposo estava tendo uns surtos, suava muito, estava pálido, não respondia suas perguntas”. Ela contou que assim que houve a troca de plantão, outro médico pediu todos os exames complementares, inclusive o de laço e a sorologia, afirmou “que Hélio estava com hemorragias internas e que ele ia ficar em observação”, aconselhando-a a retomar para a casa, onde sua filha de 2 anos a aguardava. Na manhã do dia seguinte, no sábado, ela retornou ao Antena e recebeu a notícia da morte de seu marido. Ela lamenta por somente esse médico ter dado atenção “infelizmente foi o último, porque se os outros tivessem agido assim ele poderia estar vivo”, diz abatida.

Na declaração de óbito a causa da morte foi diagnosticada como Hemorragia Digestiva Alta e na guia de encaminhamento de cadáver causa provável do óbito, Dengue Hemorrágica seguida de um ponto de interrogação “representando certa dúvida do médico”, assim como permanece a família, não sabendo quais foram as reais causas da morte do jovem gesseiro. Hélio tinha retornado de Campinas na sexta “somente com uma tosse”, contou Geoflezia. Sábado passou bem e domingo começou a ficar sem apetite. De segunda em diante seus sintomas começaram a piorar, segundo sua esposa. “Acordei na segunda e ele estava com febre de 40º graus. Na terça já reclamava de dor de cabeça, nas juntas e com poucas manchas vermelhas pelo corpo”.

Idas a UPA

Na própria segunda-feira assim que acordou Geoflezia percebeu que seu marido estava com febre o levou para a UPA, foi explicado que ele tinha retornado de Campinas, cidade com mais 7,7 mil casos de Dengue e ainda que na rua onde moram Angelo Ferreira Fagundes, bairro Jardim Trianon, mais de 6 pessoas estão com dengue - “Informaram que ele não tinha dengue, fizeram exame de laço e não foi constatado nada. Não passaram remédio e mandaram para casa”, frisou. Na terça ele “estava pior com dores de cabeça, nas juntas e manchas”, contou, depois de “7 horas de espera para ser atendido”, “não viram as manchas, não receitaram remédio e pediram para voltar para casa”. No mesmo dia à noite, Hélio foi levado ao Antena, porém “não foi atendido esperando mais de 5h30”.

Somente na quarta-feira na UPA é que pediram o exame de sangue e urina... Ele foi piorando”. Na sexta, Geoflezia retornou com o Hélio para a UPA e nos exames só “foi percebido pequenas alterações como as plaquetas um pouco abaixo do normal”, a pressão do meu marido estava muito baixa também, “mesmo assim a enfermeira afirmou que o médico não pediu nenhum exame complementar e os liberaram”.

USP

Então o levaram à USP por volta das 14h30, “o exame de laço deu negativo e afirmaram que não era dengue hemorrágica, mas o corpo inteiro dele estava com manchas vermelhas, ele ficou tão impressionado com as manchas que tirou várias fotos”, contou. Informaram para a viúva ainda “que devido ao surto de dengue, estavam cheios e só podiam deixar internado ou em observação, somente quem estivesse com a doença”. A noite ele retornou ao PS já vomitando e faleceu às 8h45 de sábado.

Para o site da TV Bandeirantes, a secretária de saúde de Taboão da Serra, Raquel Zaicanner, afirmou que prestou atendimento adequado ao gesseiro (veja aqui). A reportagem do blog “A Notícia em Questão!” entrou em contato por meio de mensagem pela rede social ontem, mas não obteve resposta. Nesta tarde de segunda a secretaria respondeu "que está investigando o caso para saber o que realmente levou o paciente a óbito no dia 28 de março".

A intenção é questionar a secretária ainda na audiência pública de terça-feira, 10h na Câmara Municipal.


Divulgação Facebook


3 comentários:

  1. Karem em primeiro lugar gostaria de agradecer as matérias e a repercussão que tem dado ao caso em especial do meu compadre Hélio, pelo comparecimento ao velório, a câmara, enfim por ter abraçado a nossa luta, e
    desejo a você muito sucesso na sua vida e carreira profissional, e em sua vida pessoal.

    Mario

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    1. Quem tem que agradecer Mário sou eu! Pela confiança em me contar cada detalhe, a maneira como me receberam e por ter conhecido pessoas tão boas, em um momento tão difícil. Que Deus conforte o coração de vocês e saibam que sempre podem contar comigo. A matéria da audiência divulgarei amanhã pela manhã. Muito obrigada pelas palavras. :)

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  2. Continue firme com seu propósito, não perca o foco, sua gana por justiça, sua simplicidade nos cativou e continuarei seguindo seu blog e suas matérias, sucesso sempre.

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